Novo estudo sugere que algas marinhas podem capturar o plástico e levá-lo até a costa
Os prados em crescimento de algas marinhas no ambiente subaquático poderiam ser uma boa maneira de lidar com as crises nos oceanos causadas pelo acúmulo de plástico, ao prenderem, extraírem e levarem para a costa os resíduos deste material, sugere novo estudo.
Pesquisas anteriores revelaram que a maior parte dos plásticos acaba no fundo dos mares e oceanos, tendo certa parte arrastada novamente para a costa através de um mecanismo ainda desconhecido.
Agora, pesquisadores da Universidade de Barcelona estabeleceram que este mecanismo é o prado marinho, que captura e utiliza grandes quantidades de microplástico como parte de um processo retém e liga as partículas de sedimentos que formam o solo oceânico.
Publicada na revista Scientifics Reports, a análise de rejeitos de algas marinhas em quatro praias de Mallorca, Espanha, revelou dados importantes. Pesquisadores encontraram detritos plásticos em metade das 42 amostras coletadas das folhas soltas de tais algas e, nas entrelaçadas, 17% de 198 bolas de fibras de algas marinhas, conhecidas como aegagropilae ou bolas de Netuno.
O plástico está disseminado
Entretanto, foram encontrados até 613 e 1.470 elementos de plástico por kg de folhas soltas e bolas de Netuno, respectivamente.
Com base nestas descobertas e estimativas de crescimento de algas marinhas no Mediterrâneo, os pesquisadores estimam que os prados de algas marinhas deste local podem aprisionar até 867 milhões de artigos de plástico só em bolas de Netuno todos os anos, embora o número destes resíduos transportados para areia e o destino dos que já foram levados anteriormente para a costa seja desconhecido.
Podem também ajudar a combater o aquecimento global
As algas marinhas também têm um papel a desempenhar no combate às alterações climáticas, segundo os cientistas ambientais.
As alga marinhas crescem em águas rasas e cobertas – e, segundo algumas estimativas, podem capturar carbono 35 vezes mais rapidamente do que as florestas tropicais.
Porém, 92% dos prados de algas marinhas do Reino Unido desapareceram nos últimos 100 anos, danificados por dragagem e âncoras de barcos.
Fonte: inews UK | Tom Bawden