Ecossistema de bioplásticos feitos a partir de algas marinhas consolida-se

Mais de 30 startups estão trabalhando em soluções de bioplásticos cultivados ‘a partir do mar’, relata o rastreador Phyconomy.

Plásticos e embalagens feitas de recursos renováveis, como biomassa, são uma hot-commodity. Porém, poucas têm potencial à altura do plástico proveniente de uma das plantas mais abundantes do mundo, as algas marinhas.

Uma pesquisa feita pelo rastreador de economia de algas Phyconomy, mostrou que está surgindo uma promissora indústria de bioplásticos feitos a partir destas algas, e seus investidores estão atentos a isso: esta pesquisa relata que 36 startups foram encontradas trabalhando em soluções plásticas utilizando biomassa de algas.

A indústria de bioplásticos feitos a partir de algas marinhas é global, com startups em quatro continentes, mas o Reino Unido está liderando a carga em 10 empresas. A Notpla, uma empresa de embalagens sustentáveis fundada em 2014, com sede em Londres, é a líder. Segundo o site, “criamos soluções avançadas de embalagem feitas de algas marinhas e outros materiais naturais como uma alternativa ao plástico de uso único”.

A biorrefinaria escocesa Oceanium, cujo slogan é “We’re here to Kelp the World” (o termo “Kelp” faz alusão a algas marinhas), atraiu mais de US$ 8 milhões em capital desde o início em 2018. Sua visão é “integrar as algas marinhas em nossa vida diária para a saúde das pessoas e da saúde do planeta”.

Outras empresas pioneiras são a fabricante de palha Loliware e a fabricante de sacolas Sway, sediada nos Estados Unidos, que levantaram um capital de 6 milhões e 2,5 milhões de dólares para o início, respectivamente, e a francesa Eranova (7 milhões de dólares), que controla a proliferação de algas marinhas nocivas.

Algas marinhas: soluções sustentáveis

Como uma cultura que não usa terra, água doce ou fertilizante, mas que absorve dióxido de carbono e nutrientes em excesso no oceano, as algas marinhas são tidas como a biomassa do futuro, com aplicações que vão além do plástico em alimentos, rações, produtos farmacêuticos, têxteis, cuidados pessoais, saúde do solo e embalagem.

A indústria de algas marinhas viu o número de negócios de investimento dobrar em 2021, de 17 para 34, e o montante investido cresceu 36%, para $168 milhões.

Embora estes números sejam pequenos, a tendência de aumento é distinta. O número do capital semente – que apoia startups e o início de investimentos, bem como o desenvolvimento do negócio – cresceu de 12 para 20, e o número de séries A ou B saltou de 1 para 9, o que mostra que a indústria de algas marinhas está começando a sair de seu estágio de incubação.

O relatório também destaca as extenuantes regulamentações governamentais que dificultam o crescimento da indústria de algas marinhas fora de seus locais tradicionais no fundo do mar, especificamente locais na Ásia. A aquisição de licenças para a aquicultura de algas marinhas continua difícil para os cultivadores na Europa e na América do Norte.

Outros destaques do recém-lançado relatório da Phyconomy sobre o estado da indústria:

Enquanto aqueles que lidam com o capital de risco começam a descobrir as algas marinhas, os investidores de impacto adquirem ainda mais destaque;

A Europa tem o mais vibrante ecossistema inicial de cultivo de algas marinhas, contudo, as empresas iniciantes norte-americanas atraem capital com maior facilidade;

O número de novas empresas iniciantes de algas marinhas cresceu 50% nos últimos dois anos.

“As algas marinhas são uma parte importante do ecossistema da Terra e têm o potencial de serem uma ferramenta poderosa para absorver emissões de carbono e aquecimento lento”, diz Frances Wang, gerente de programa de remoção de dióxido de carbono da ClimateWorks Foundation, que auxiliou no relatório. “O relatório da Phyconomy ilumina como os recursos estão fluindo para esta indústria em expansão, o que apresenta implicações importantes para o desenvolvimento das algas marinhas como solução climática”.

Abordando uma das principais prioridades identificadas pelo Ocean Visions’ Roadmap para o cultivo de macroalgas e sequestro de Carbono, a Phyconomy construiu o primeiro banco de dados de empresas de algas marinhas de código aberto do mundo e financiamento que cobre toda a cadeia de valor, rastreando mais de 1.000 empresas globalmente.

Fonte: Plastics Today | Rick Lingle

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