O compliance para a indústria do plástico vem se tornando um tema mais debatido devido à sua importância. Por onde começar?
O compliance é necessário para quaisquer tipos de organizações, com o intuito de normatizar e disciplinar processos mercantis e também atuar dentro dos termos da legislação. Auxilia a produção e também torna os processos internos mais eficazes.
Um grande ponto do compliance é que ele pode ser adotado desde pequenos até grandes negócios, porque não necessita de um grande montante de capital para investimento. De acordo com Carolina Utida, Chief Audit Officer da organização CertiGov, o “compliance não é um programa enorme, que precisa de super treinamentos ou de uma pessoa que tenha estudado para isso. O bom compliance é aquele adequado a cada organização”. Utida, ainda, frisa que as médias e grandes empresas devem se adequar às estas circunstâncias atuais que exigem o compliance e também um bom comprometimento com as boas práticas de governança, e ressalta que algumas empresas já buscam certificados que afirmem a existência destas práticas.
Porquê o compliance é importante para a indústria do plástico?
Além de possibilitar compreensão abrangente sobre os processos da indústria, ele é vital para a organização de condutas éticas e legais que firmam estas indústrias no mercado.
Uma visão panorâmica sobre o funcionamento da empresa permite que seja feita uma análise de riscos, possíveis prejuízos durante a produção, e também conseguir negociar de maneira mais sábia e assertiva com outras empresas e parceiros, minimizando danos e garantindo confiabilidade, não colocando danos à reputação da indústria.
Os pontos positivos a serem destacados também sobre a utilização do compliance são:
- Prevenir conflitos de interesses entre agentes da empresa e possíveis demandas judiciais;
- Conferir a transparência de todos os negócios da empresa e do câmbio financeiro;
- Estimular a cultura organizacional;
- Evitar lavagens de dinheiro.
Contudo, a indústria plástica enfrenta três pontos que são desafiadores para a implementação do compliance:
- Falta de orçamento: apesar de o compliance não demandar grandes orçamentos, é necessário ter uma certa quantia de capital para investir. As práticas gratuitas existentes, como participação de associações, treinamentos para o combate à corrupção, ações coletivas, dente outras, não são suficientes para que o compliance seja adotado de maneira adequada.
- Falta de headcount: muitas vezes não existem pessoas que trabalham exclusivamente para a implementação do compliance dentro da empresa. Em grande parte dos casos, o chefe da área jurídica da empresa torna-se também o do compliance.
- Pouco comprometimento: a falta de apoio dos líderes da indústria aos profissionais responsáveis pela implantação do compliance enfraquece a integridade do trabalho.
Primeiros passos para implantar o compliance nas indústrias
- A contratação de um Compliance Officer que terá acesso a todos processos administrativos da empresa e ter trabalho independente, porém atuando com apoio da diretoria para organizar um plano adequado para melhorar os negócios da indústria em toda sua atuação. Este profissional terá que atuar, obrigatoriamente, seguindo a LGPD (Lei Geral de Proteção dos Dados).
- É melhor que o investimento comece nas áreas mais frágeis da indústria, garantindo a contratação e o possível treinamento do pessoal interno para o compliance. O dinheiro investido, afinal, não será um valor alto e poderá gerar grande retorno.
Fonte: Mundo do Plástico | A Voz da Indústria