A gr3n, sediada na Suíça, que desenvolveu uma tecnologia avançada de reciclagem de tereftalato de polietileno (PET), informa que assinou um memorando de entendimento (MOU) com o acionista Intecsa Industrial para construir uma instalação de reciclagem “inédita”. A fase de engenharia, suprimento e construção (EPC) está programada para começar no quarto trimestre de 2024 e a planta deverá estar operacional em 2027.
Tecnologia economicamente viável
O avançado processo de reciclagem da Gr3n utiliza tecnologia de micro-ondas e hidrólise alcalina, proporcionando uma abordagem industrial economicamente viável para a reciclagem de PET, de acordo com a empresa. O processo supostamente decompõe qualquer tipo de PET e poliéster em dois componentes principais – monômeros PTA e MEG – que podem ser remontados para obter plásticos virgens e alcançar uma circularidade infinita. O processo tem o potencial de mudar a forma como o PET é reciclado em todo o mundo, com enormes benefícios tanto para o setor de reciclagem quanto para toda a cadeia de valor do poliéster, disse a gr3n.
O memorando de entendimento com a Intecsa Industrial, uma empreiteira internacional de engenharia sediada na Espanha, permitirá que a gr3n demonstre que sua tecnologia de despolimerização assistida por micro-ondas (MADE) está, de fato, pronta para o mercado, de acordo com Maurizio Crippa, fundador e CEO da gr3n. “Os acionistas têm uma visão completa das operações da gr3n, portanto, avançar com uma delas é mais uma confirmação de sua confiança, mas também da força dos dados e dos resultados gerados”, disse Crippa.
Cerca de 40.000 toneladas de flocos de PET produzidas anualmente
A primeira fábrica de reciclagem de PET da MADE em escala industrial do mundo terá a capacidade de processar resíduos de PET pós-industriais e pós-consumo, incluindo materiais difíceis de reciclar, e produzir aproximadamente 40.000 toneladas de flocos de PET virgem a partir dos monômeros reciclados, economizando quase dois milhões de toneladas de CO2 durante sua vida útil, disse a gr3n. O poliéster pode vir de garrafas coloridas, incolores, transparentes ou opacas, bem como de tecidos, que podem ser 100% poliéster ou misturas contendo até 30% de outros materiais, incluindo poliuretano, algodão, poliéter e poliureia.
De acordo com a gr3n, os polímeros reciclados por meio da tecnologia MADE podem ser usados para produzir novas garrafas e bandejas ou peças de vestuário com a mesma funcionalidade dos produtos fabricados com resinas virgens, o que pode resultar em um sistema circular de garrafa para têxtil, têxtil para têxtil ou até mesmo têxtil para garrafa.
Acelerando a transição para a economia circular
“A gr3n tem o potencial de mudar o setor de reciclagem, pois sua tecnologia nos permite lidar com coisas que outras tecnologias não conseguem”, disse Ramiro Prieto, diretor comercial e de novas unidades de negócios da Intecsa Industrial. “Isso significa expandir a matéria-prima que pode ser reciclada e, em seguida, acelerar a transição para a economia circular. Como parceiro industrial e acionista, fazemos parte da diretoria, mas também tivemos a oportunidade de realizar a engenharia básica da planta industrial. Estamos bem familiarizados com a tecnologia, que acreditamos firmemente que agora está pronta para subir de nível.”