Apesar de ainda enfrentar dificuldades na contaminação e descarte incorreto de plástico reciclável, o Brasil apresentou melhoras significativas na reciclagem e, principalmente, na produção de plástico reciclado pós-consumo. No total, o país produziu mais de 1 milhão de toneladas de PCR, em um crescimento de 14,7% na produção do material.
É o que mostra a pesquisa Índice de Reciclagem no Brasil, realizada anualmente pela MaxiQuim desde 2018 a pedido do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), representante do setor de transformados e reciclados plásticos e a Braskem, a maior petroquímica das Américas.
O estudo mostrou, além do crescimento na produção de PCR, que o país se manteve estável no que diz respeito à reciclagem dos resíduos plásticos pós-consumo. Em 2021, o Brasil reciclou 23,4% do plástico pós-consumo gerado, entregando um aumento de 0,3% em relação a 2020.
A origem
A pesquisa mostrou também um panorama da origem do plástico pós-consumo reciclável no Brasil, destacando a importância do material no incentivo à economia circular, especialmente entre as populações de baixa renda. De acordo com o estudo, 1,5 milhão de toneladas de resíduos plásticos chegaram às recicladoras no ano de 2021, sendo 27% delas coletadas por sucateiros e 10% pelas cooperativas de catadores, representando quase 40% da coleta total no país.
Essa 1,5 milhão de toneladas consumida no Brasil em todo o ano representa um crescimento de 13,2% em relação a 2020, sendo que um pouco mais de 1 milhão de tonelada é oriunda de plástico pós-consumo descartado pela população em geral, além de cerca de 405 mil toneladas de plástico pós-industrial, como sobras dos processos da indústria petroquímica, de transformação de plásticos e da própria reciclagem de plásticos.
Os problemas que ainda persistem
Além da pouca conscientização das populações locais, a maior dificuldade para o setor ainda são as perdas no processamento do material por contaminação da sucata plástica com materiais indesejados. São elas: materiais como adesivos, sujeira orgânica e, dependendo do material, cores indesejadas. No total, foram 188 mil toneladas de material perdido durante os processos de reciclagem, um aumento de 11,4% em comparação a 2020, sendo o PET o material que mais sofreu perdas.
A pesquisa, porém, também mostra uma melhora em relação a anos anteriores do estudo, apresentando um crescimento de 33,9% na produção de plástico reciclado pós-consumo em relação ao primeiro ano da pesquisa, em 2018.
“Esse dado de crescimento da produção de plástico reciclado pós– consumo mostra uma recuperação da indústria pós pandemia, mas também uma maior utilização por parte das empresas do PCR. Acreditamos que esse percentual deve continuar a subir nos próximos anos, ajudando também no crescimento do índice de reciclagem”, explica Solange Stumpf, sócia da MaxiQuim.
Fonte: Movimento Plástico Transforma | Produção de plástico reciclado pós-consumo cresce 14,7% no Brasil